quarta-feira, junho 01, 2011

O HORMONIO DO CRESCIMENTO - GH

O HORMONIO DO CRESCIMENTO  - GROWTH HORMONE (GH) 


O hormônio do crescimento é um hormônio formado por um peptídeo de cadeia simples e secretado   por uma glândula, pequena como um grão de feijão localizada na parte inferior do cérebro, chamada hipófise.

Como o nome diz, esse hormônio é absolutamente essencial para proporcionar o crescimento físico e a deficiência em sua produção é responsável pelos casos de nanismo, isto é, pela estatura muito baixa de algumas pessoas

O hormônio do crescimento continua sendo secretadado na idade adulta após a parada do crescimento,implicando em importantes  funções metabólicas do GH nesta fase da vida. Entre os 18 e 25 anos há uma queda exponencial na média de secreção de GH, com queda nos níveis de IGF -1.
Aos 60 anos, quase todas as pessoas tem taxa de secreção diária de GH baixíssimas.

A somatopausa é definida por um declínio exponencial na secreção de GH associado a piora da qualidade de vida e piora da composição corporal como perda de massa magra  e ganho de massa de gordura.

Além de nos fazer crescer este hormônio tem a importante função de renovação e reparação de tecidos corpóreos. 



Consequencias da deficiência da GH em adultos:

Embora os sintomas sejam inespecíficos,os sinais são relevantes e podem levar a problemas que que resultem na redução do tempo de vida.
Independente da época de início da deficiência os  indivíduos  sofrem uma gama de anormalidades metabólicas, de composição corporal e funcionais.
Sintomas:
  • Diminuição da vitalidade e energia
  • Diminuição da mobilidade física
  • Humor deprimido
  • Labilidade emicional
  • Ansiedade
  • Distúrbios da função sexual
  • Isolamento social
Sinais:

1- Alterações da composição corporal:
  • Redução da massa magra
  • Aumento da massa gorda
  • Aumento de gordura visceral
  • Redução da água corporal
  • Redução da densidade óssea
2- Dimuição da força

3- Aumento do IMC

4- Aumento da relação cintura quadril

5- Perfil lipídico anormal:
  • Aumento do colesterol total
  • Aumento do LDL
  • Redução do HDL

6- Aumento do fibrinogênio - fator de coagulação envolvido em eventos tromboembólicos


Entre as décadas de 1960 e 1980, o hormônio do crescimento era obtido a partir da hipófise de cadáveres, método que limitava muito sua utilização. No entanto, o desenvolvimento da tecnologia do DNA recombinante tornou possível introduzir o gene do hormônio do crescimento humano em bactérias a fim de que elas produzissem esse hormônio. Em outras palavras: a introdução do gene do hormônio do crescimento humano em bactérias fez delas escravas obrigadas a produzi-lo em quantidades ilimitadas, o que possibilita sua utilização numa série de situações clínicas diferente





Sua liberação no organismo ocorre principalmente  à noite, em pulsos,nas primeiras horas de sono.
Desta forma não é difícil entender porque  uma noite bem dormida libera uma  descarga de GH no organismo.



















Outra situação que estimula  a liberação deste hormônio  é a prática de atividade  física, principalmente a aeróbica.

Excesso de carboidratos principalmente na forma simples, despeja “rios’’  glicose em nossa corrente sanguinea, o que libera  um outro  hormônio  chamado INSULINA. Esta situação suprime a liberação de GH.

Assim, estas três situações  diminuem  a liberação  de GH:
  •  Não dormir adequadamente
  • Não praticar atividades  físicas
  • Comer carboidratos em excesso principalmente no período noturno

Efeitos do GH:
Embora a principal função do GH seja crescimento, ele exerce outras importantes funções metabólicas:
1. Aumento da captação de aminoácidos pelas células e redução da quebra de proteínas celulares, isto é, constrói e não deixa destruir.*
2.Aumento da utilização de gorduras como fonte de energia, isto é, quebra gordura para gerar energia*
Este capacidade  de queimar gordura  juntamente com seu efeito anabólico protéico , leva a um aumento da massa corporal magra*




*Obs. Texto retirado do Tratado de Fisiologia Médica Guyton & Hall , décima primeira edição, página 922 e 923 ( com excessão dos negritos)




Cosequencias deste efeito fisiológico:
  •  Redução de depósitos gordurosos (gordura localizada), sobretudo no abdome (barriga) e na cintura.



Esta gordura abdominal/ visceral proporcionará diabetes, dislipidemia,hipertensão e inflamação crônica  aumentando a chance de doenças cardiovasculares , câncer , doenças cerebrais degenerativas, insufiçiência renal crônica,cirrose por esteatose hepática e doenças reumáticas auto imunes.




Nas pessoas adultas com deficiência de GH, a reposição desse hormônio induz :
  • Aumento da  energia
  • Melhora do bem-estar físico
  • Aumento da massa muscular de forma gradual  e sem exageros ,caso se use doses fisiológica
  • Reduz o peso corporal  com redistribuição da gordura abdominal 
  • Melhora o raciocínio, a concentração e a memória 
  • Melhora a qualidade do sono
  • Melhora os parâmetros cardivasculares
  • Melhora o perfil lipídico
  • Melhora a qualidade de vide
  • Aumenta a densidade mineral óssea




Indicações:
 A administração de GH a adultos deve obedecer a uma indicação clínica precisa,  somada  ao déficit  laboratorial .
Além disto outros parâmetros laboratoriais e de imagem  devem ser analisados para ser usado com segurança.
Somente sob orientação médica o uso terapêutico do GH pode ser benéfico e seguro.
Os riscos do tratamento são bastante raros quando o GH é prescrito  em doses fisiológicas.
Que fique claro, NUNCA suprafisiológicos.



Contra indicações:
  •   Doença maligna ativa
  •   Hipertensão intracraniana
  •   Insuficiência cardíaca severa
  •   Retinopatia disbética
  •   Gravidez
 Efeitos colaterais:
  • Edema e dor articular  -  totalmente reversível com ajuste da dose; geralmente  com doses não fisiológicas
  • Intolerância a glicose e resistência a insulina ;  apenas com doses não fisiológicas
  • Síndrome do túnel do carpo ;  apenas com doses não fisiológicas
  • Hormônio do crescimento não estimula o aparecimento de câncer



Clin Endocrinol (Oxf). 2006 Fev; 64 (2) :115-21.

Será que o crescimento do câncer causa hormonal?

Fonte

Departamentos de Endocrinologia, Hospital St Bartholomew, em Londres, Reino Unido. pjjenkins@qmul.ac.uk

Abstrato ( texto traduzido pelo Google)

A capacidade de GH, através do seu mediador peptídeo IGF-1, para influenciar regulação do crescimento celular tem sido o foco de muito interesse nos últimos anos. Nesta revisão, vamos explorar a associação entre GH e câncer. Disponíveis dados experimentais de apoio a sugestão de que GH/IGF-1 status pode influenciar o crescimento de tecidos neoplásicos. Extensos dados epidemiológicos existentes que também suportam uma ligação entre GH/IGF-1 status e risco de câncer. Estudos epidemiológicos de pacientes com acromegalia indicam um risco aumentado de câncer colorretal, embora o risco de outros cânceres não está provada, e um longo prazo estudo de acompanhamento de crianças deficientes em GH tratados com GH hipofisário-derivados indicou um risco aumentado de câncer colorretal . Por outro lado, estudos extensivos dos resultados da reposição de GH em sobreviventes de câncer infantil não mostram evidências de um excesso de cancros de novo, e de vigilância mais recentes de crianças e adultos tratados com GH revelou nenhum aumento no risco de câncer observada. No entanto, dada a evidência experimental que indica GH/IGF-1 fornece um ambiente anti-apoptóticas que possam favorecer a sobrevivência de células geneticamente danificadas, a longo prazo de vigilância é necessária; longo de muitos anos, até mesmo uma sutil alteração no meio ambiente nessa direção , apesar de não induzir o câncer, pode resultar na aceleração da carcinogênese.
Finalmente, mesmo que a terapia GH/IGF-1 não resultar em um pequeno aumento no risco de câncer em comparação com pacientes não tratados com deficiência de GH, é provável que o risco eventual será o mesmo que a população em geral. Esta restauração à normalidade terá de ser equilibrado com a morbidade conhecido de deficiência de GH não tratada




  De maneira inversa, no mesmo tempo que recebíamos o alento quanto ao poderoso aliado, foi iniciada a especulação de que o GH deflagraria o aparecimento de cânceres, ou ainda favoreceria o aumento na velocidade daqueles pré-existentes, porém, em doses fisiológicas o que ocorre é provavelmente o contrário. Durante toda a nossa vida ocorre um constante embate entre o nosso sistema imunológico e células que perdem o senso proliferativo normal, assumindo postura cancerígena ou mais exatamente, iniciando um processo de replicação celular sem controle. Há algum tempo temos conhecimento da existência de células do sistema imunológico, matadoras naturais (Natural Killer-NK), as quais eliminam células iniciantes do processo tumoral e alguns trabalhos científicos demonstram que o GH tem relação com a boa performance das células NK.

http://www.drantoniocarlos.med.br/somatopausa.asp



Referências:


The GH/IGF1 axis and signaling pathways in the muscle and bone: mechanisms underlying age-related skeletal muscle wasting and osteoporosis











  1. “No evidence that GH replacement therapy affects the risk of cancer or cardiovascular disease”. Vance M, CJ. et al., “GH Therapy in Adults and Children. The New England Journal of Medicine. October  14, 2000.
  2. Although there has been concerns about an increased risk of cancer, reviews of existing well-maintained databases of treated patients have shown this theoretical risk to be nonexistent. M0olitch ME. et al., “Diagnosis of GH deficiency in adults – how good the criteria need to be? J Clin Endocrinol Metab 2002 Feb; 87(2):473-6
  3. No increase in cancer in children on GH replacement. No evidence of an increase risk of malignancy, recurrent or de novo. Shalet SM, Brennand BM, Reddingius RE.  “Growth hormone therapy and malignancy Horm Res.” 1997;48 Suppl 4:29-32.
  4. There is no data to suggest that IGF-1 and IGFBP 3 modulate cancer risk in GH treated patients. There is no data to support that active malignancy is a contraindication for GH supplementation. No evidence that GH increases cancer recurrence or de novo cancer or leukemia. Hypopituitary patients have increased risk of cancer. Growth Hormone Research Society. J Clin Endo Metab, May 2001






















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