segunda-feira, maio 16, 2011

TESTOSTERONA NA MULHER



A testosterona é um hormônio esteróide ( formado a partir do colesterol) essencialmente masculino, mas importantíssimo na mulher também, apesar delas produzirem 20 a 30 vezes menos do que os homens

Antes da menopausa a testosterona nas mulheres é produzida pelos:
  •  Ovários (25%) que são estimulados pelo LH (hormônio da hipófise),
  • Supra- renais ou adrenais (25%)
  • Conversão periférica a partir da androstenediona e da DHEA (50%)
Após a menopausa a produção total de testosterona cai drasticamente, mas continua sendo produzida em menor quantidade pelas adrenais.
A deficiência de testosterona pode ter conseqüências sérias, tanto físicas como mentais, prejudicando a saúde da mulher. Os sinais e sintomas variam dependendo da etapa da vida na qual a deficiência de testosterona ocorre.

Veja a formação dos hormônios esteróides entre eles a testosterona. Se chamam esteróides porque são formados a partir do colesterol.



CAUSAS DA  SUA DIMINUIÇÃO:
  •  Menopausa
  • Insuficiência adrenal
  • Uso (atual ou prévio) de anticoncepcionais hormonais
  • Retirada dos ovários – ooforectomia
  • Insuficiência parcial dos ovários em produzir testosterona
  • Xenoestrógenos ambientais, ex . bisfenol
  • Medicamentos como alguns antidepressivos, fluoxetina por exemplo.
  • Stresse excessivo já que o cortisol (hormônio do stress) bloqueia a testosterona.

Como podem notar não é apenas a mulher no pós menopausa que tem que ter seus níveis hormonais dosados.

A queda deste hormônio pode ocorrer nas mais diversas idades.

Em mulheres jovens usuárias de anticoncepcionais hormonais encontram -se níveis baixíssimos deste hormônio o que pode acarretar diminuição importante da libido.

Além disso, o anticoncepcional diminui a quantidade de testosterona livre já que estimula a produção pelo fígado de uma proteína chamada de Globulina Ligadora de Hormônio Sexual ( SHBG) . Esta proteína se liga de forma muito intensa a testosterona diminuindo sua forma ativa , a forma livre.

Esta situação ocorre tanto nas usuárias de pílula como na mulheres que fazem reposição hormonal na menopausa com hormônios tomado pela boca ( via oral).

Os níveis de SHBG em usuárias de pílulas costumam ser tão altos que o laboratório precisa fazer duas vezes o mesmo exame para chegar num resultado. Caso use pílula,peça este exame ao seu médico e notará um nível bem acima do valor de referência com a seguinte mensagem no laudo do laboratório :" exame repetido e confirmado com diluição da amostra".

Algumas jovens tomam pílula porque alegam ter ovários micropolicísticos. Esta situação pode ser normal conforme a fase do ciclo em que se faça o Ultra- Som.

Ovário micropolicístico é totalmente diferente de Síndome dos Ovários Policísticos ( SOP). Nesta segunda situação seria aceitável o uso de pílulas. Diga - se de passagem que esta síndrome pode ser tratada com hormônios bioidênticos também.
Na Síndrome dos Ovários Policísticos, que ocorre em 6 a 10% das mulheres em idade reprodutiva , nem sempre temos ovários polícisticos , mas em geral temos:
  • Aumento de insulina - resistência a insulina
  • Excesso de pelos , acne e queda de cabelo
  • Sobrepeso e obesidade em pelo menos 50% das pacientes
  • Alterações menstruais e/ou ovários policísticos
  • História  familiar em grande parte dos casos mas não em todos

SINTOMAS/SINAIS E ALTERAÇÕES LABORATORIAIS  DE TESTOTERONA BAIXA:
  • Diminuição ou perda do deseja sexual
  • Diminuição dos feromônios que são liberados através da pele para chamar atenção masculina quando a mulher está ovulando.
  • Diminuição da auto-estima e da autoconfiança
  • Falta de iniciativa e de vontade se cuidar
  • Aumento de gordura corpórea
  • Diminuição de massa muscular esquelética
  • Diminuição de massa óssea
  • Diminuição do colesterol bom ou HDL
  • Aumento importante da Globulina Ligadora de Hormônio Sexual (SHBG)
  • Menor tônus muscular
  • Fraqueza

COMO  DIAGNOSTICAR?

Queixas clinicas associadas a alterações laboratoriais.

COMO  TRATAR?

Reposição hormonal com testosterona transdérmica (creme ou gel de alta absorção).
Esta forma se assemelha muito a fisiologia, sendo muito mais natural que outras formas de reposições



COMO  É FEITO O ACOMPANHAMENTO?

As dosagens no primeiro ano de tratamento devem ser feitas a cada três meses para que não hajam efeitos desagradáveis. Tais efeitos só ocorrem em casos de doses excessivas. (ver abaixo)
Desta forma conseguimos determinar qual a dose diária ideal de testosterona para cada mulher.
A partir do segundo ano as dosagens podem ser feitas a cada seis meses.
Mulheres  devem apenas receber testosterona quando ainda menstruam ou quando fazem  reposição de hormônios ovarianos na menopausa como  estradiol e progesterona.

QUAIS OS EFEITOS  COLATERIAS?:

Tudo em excesso não é bom e esta afirmação também é válida para hormônios. Quando temos níveis supra -fisiológicos de testosterona, em geral maior que 100 ng/dl, podemos perceber o aparecimento gradual de acne e pêlos.

Efeitos  colaterais  como  aumento  do gogó, aumento de clitóris, masculinização da face, crescimento excessivo de pelos e acne, aumento demasiado de massa muscular ,alterações da voz e alterações menstruais são vistos em mulheres que fazem uso indiscriminado de derivados deste hormônio, de forma não criteriosa e apenas para fins estéticos. Em geral  estas mulheres usam derivados  da testosterona com potência muito mais elevada e em grandes quantidades. Exemplo de hormônios utilizados: Deca Durabolin ( nandrolona ) , Durateston (  tem 4 ésteres de testosterona), Winstron( estanazolol) e Anavar ( oxandrolona).

O nome entre parênteses é a substância ativa. Note que nenhum é a testosterona bioidêntica.
Como sempre preconizamos o uso de testosterona bioidêntica esta é passível de ser dosada no laboratório , assim fica fácil controlar seus níveis sanguíneos.

Tendo a  testosterona natural uma curta duração no organismo ( meia vida), qualquer sinal de efeito colateral é facilmente revertido com a suspensão temporária do hormônio ou diminuição da dose, ao contrário dos outros hormônios  citados.



QUAIS AS CONTRA - INDICAÇÕES?
  • Câncer de mama ou endométrio em atividade ou tratado a menos de cinco anos
  • Sangramento uterino de causa indeterminada
  • Níveis altos deste hormônio
  • Síndrome dos Ovários Policísticos
  • Câncer hormônio dependente
Como usamos este hormônio pela pele e não pela boca, história  de trombos ou infarto do miocárdio  não contra indica o tratamento tendo em vista  que  o uso oral  de hormônios sexuais aumentam  fatores de coagulação, enquanto o uso  pela  pele  exerce  efeito exatamente  contrário.


IMPORTANTE:

A qualidade do produto manipulado para que haja a absorção adequada do hormônio biodêntico.


Filosofia do tratamento :

  • Doses baixas e contínuas por longos períodos com hormônios idênticos aos produzidos pelo organismo, se aproximando ao máximo de fisiologia humana. Dosagens periódicas para controle rigoroso dos níveis hormonais também são importantes.



DESTAQUE:
Estudo do renomado THE JOURNAL OF CLINICAL ENDOCRINOLOGY & METABOLISM de abril de 2011 diz que níveis altos altos de testosterona aumenta massa óssea, massa magra e diminui gordura em mulheres mais velhas.
Leia e confira:
http://jcem.endojournals.org/content/96/4/989.abstract?sid=1cb1685d-41f6-4e10-bde2-264de7aae6c2

Projeto Diretrizes  da Associação Médica Brasileira e do Conselho Federal de Medicina:
Terapia androgênica em mulheres:
http://www.projetodiretrizes.org.br/diretrizes11/terapeutica_androgenica_feminina.pdf


terça-feira, maio 10, 2011

ANDROPAUSA - QUEDA DE TESTOSTERONA NO HOMEM


ANDROPAUSA – QUEDA DE TESTOSTERONA NO HOMEM

andropausa ou pausa dos hormônios  androgênicos, ou ainda diminuição dos níveis de testosterona  nos homens, pode ocorrer nas mais diversas idades, muitas vezes  não tendo correlação apenas com o envelhecimento.

Nas mulheres, os hormônios ovarianos  caem  abruptamente  o que proporciona os famosos  fogachos  ou ”calores da menopausa”, fazendo  com que elas  procurem o tratamento hormonal.

Em contrapartida, nos homens a queda da testosterona  é gradual  e crônica, fazendo  com que muitos homens não a percebam.

Outro problema é o preconceito masculino  de admitir que estejam com este tipo de problema.

Estas situações  fazem com que a grande maioria dos homens em andropausa  não recebam tratamento adequado.

A queda da testosterona deveria ser tão preocupante para médicos e pacientes quanto  hipertensão  e colesterol alto, pois o coração  tem  milhões de receptores para este hormônio.

Clique e veja os efeitos  cardiovasculares da testosterona:

Nos EUA apenas  7% dos homens com queda de testosterona estão em tratamento.
A queda  da testostosterona pode começar a ocorrer  aos 30 anos de idade. Porém, vemos  homens  mais novos com níveis baixos deste hormônio, principalmente quando associado à obesidade, estresse, contaminação ambiental por xenostrógenos e uso prévio  de anabolizantes.

Um pouco de fisiologia:
A hipófise, uma glândula cerebral, libera dois hormônios  que se chamam LH  e FSH.
Ambos, a partir da puberdade, vão até  os testículos e estimulam a liberação de testosterona e espermatozóides.
O  ápice da testosterona ocorre em geral aos 25 – 30 anos, idade em que seus níveis podem  começar  declinar.
Formação  dos hormônios esteróides – formados a partir do colesterol


Veja a principal matéria  prima para a formação de testosterona e dos outros hormônios esteróides: o colesterol.
Assim, níveis de colesterol total abaixo de 140mg/de comprometem toda a sua produção de hormônios esteróides.
O que muita  gente não sabe é que níveis baixos  de  colesterol  são  tão  ruins ou pior  que níveis altos.

 Causas da sua queda:
  • Queda natural que ocorre ao longo da vida em  função da menor  sensibilidade dos testículos   aos pulsos LH e  FSH
  • Falha testicular primária
  • Uso de anabolizantes
  • Contaminação por xenoestrógenos ambientais  ex. bis fenol em embalagens plásticas
  • Estresse
  • Medicamentos
  • Obesidade

 A importante enzima aromatase -  a conversão de TESTOSTERONA em ESTROGÊNIO

As células de gordura produzem  uma enzima chamada aromatase.
Esta enzima  transforma testosterona em estradiol e estrona (hormônios primariamente femininos).
O envelhecimento e a obesidade, potencializam a ação da aromatase diminuindo os níveis  de testosterona e aumentando  os níveis de estradiol e estrona
O estradiol e a estrona em altos níveis causam  impotência, baixa libido, irritabilidade, cansaço, aumento de mamas (ginecomastia) e até  câncer de próstata.
A boa notícia é que é totalmente possível bloquear  aromatase bloqueando a conversão de testosterona  em estradiol e estrona.
A má notícia é que a maioria dos homens que fazem  reposição  de testosterona  não tem seus níveis de estradiol dosados.
Níveis altos de estradiol são  tão ruins quantos  níveis baixos de testosterona.
O estradiol bloqueia a testosterona, caso ele esteja alto. Os receptores são muito parecidos.
Os famosos  “bombados” de academia  já sabem  disso  há muito  tempo e fazem uso  de medicações que bloqueiam  completamente a aromatase  para evitar o aumento das mamas ( ginecomastia).
Porém não sabem que a aromatase deve ser bloqueada de forma parcial, já que níveis  adequados  de estradiol (nem altos e nem baixos) no homem  também são muito importantes.
É este hormônio que sensibiliza  os receptores da testosterona no cérebro  e além disso  são responsáveis  pela formação de  massa óssea.

Sinais e sintomas típicos encontrados em idosos com queda testosterona e aumento de estradiol :
  • Ombros encurvados  e atrofiados
  • Perda de massa muscular
  • Dificuldade para caminhar e fazer as atividades diárias
  • Irritado e lábil emocionalmente
  • Déficit cognitivo: piora da memória e do raciocínio
  • Voz fina
  • Gordura abdominal aumentada
  • Auto-estima baixa
  • Impotência
O câncer de próstata e a testosterona
O único motivo  que levou os médicos a pensarem  que a testosterona causasse  câncer foi que um dos tratamentos  para este câncer consiste em bloquear este hormônio. O câncer em atividade  se alimenta de testosterona, mas em pessoas  sem câncer ela protege.
A maior incidência deste câncer ocorre em homens na terceira idade que já possuem baixos níveis de testosterona e altos níveis de estradiol. É o desbalanço entre este dois hormônios associado a outros fatores que leva ao câncer

Leia este artigo publicado num importante jornal de endocrinologia e comprove:

Quadro clínico da andropausa:
  •      Baixos níveis de energia
  •      Apatia
  •      Irritabilidade
  •      Diminuição do tônus muscular
  •      Aumento de peso
  •      Aumento de mamas
  •      Homens que duvidam de tudo e sem perspectivas
  •      Baixo desejo sexual
  •      Impotência
  •      Falta de pelos
  •      Não apaixonados
  •      Medo
Enganam - se homens que pensam  que só  porque  estão com  o desejo  sexual normaL, não estão na andropausa. Antes de a libido cair  todos os sintomas citados  aparecem primeiro, e quando  a impotência se instala  demora – se mais para revertê-la apenas com  testosterona.

Quadro laboratorial da andropausa
  •  Queda da testosterona total
  •  Aumento do estradiol (hormônio feminino que bloqueia os receptores da testosterona)
  •  Aumento  da Globulina Transportadora de Hormônios  Sexuais ou SHBG. Esta globulina em níveis elevados  diminui a testosterona livre e a testosterona biodisponível
  • Aumento  de FSH e LH
  • Apenas  um dos itens  ocorrendo, associado ao  quadro clínico citado acima se indica  a reposição de testosterona biodêntica  transdérmica
Como é o tratamento?
Reposição hormonal com testosterona com  dose individualizada.
Bloqueio  parcial da aromatase  para controle dos níveis de estradiol.
Lógicamente que o tratamento  é temporário  se a causa não for ligada ao envelhecimento. Como  dito  acima,  situações  estressantes agudas ou crônicas podem diminuir a testosterona temporariamente, por exemplo. E em casos  assim o tratamento é também é temporário.

Como é  o acompanhamento?
No  primeiro ano os  níveis  hormonais  devem  ser  dosados a cada três meses  e  no segundo ano  a cada 6 meses.
Os níveis  de PSA devem ser monitorados  regularmente, assim como  os níveis de LH, hematócrito,função renal e hepática,perfil lipídico e marcadores de inflamação  como  PCR – US  e fibrinogênio.
O acompanhamento urológico em homens com mais de 40 anos deve ser mantido.

Referências

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  2. Rhoden EL, Morgentaler A 2004 Riscos da terapia de reposição de testosterona e recomendações para o monitoramento. N Engl J Med 350 : 482 -492
  3. Hwang TI, Chen Tsai TF HE, Lin YC 2006 O uso combinado de andrógeno e sildenafil em pacientes com hipogonadismo que não respondem ao sildenafil sozinho. Int J impôt Res 18 : 400 -404
  4. Traish AM, Toselli P, SJ Jeong, Kim NN 2005 acúmulo dos adipócitos em corpo cavernoso do pênis do coelho orchiectomized:. um mecanismo potencial de disfunção veno-oclusiva em deficiência androgênica J Androl 26 : 242 -248
  5. Reyes-Vallejo L, S Lazarou, Morgentaler A, a resposta sexual subjectiva à terapia de reposição de testosterona com base iniciais dos níveis séricos de testosterona total. J Med sexo, no prelo
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  7. Rosner W, Auchus RJ, Azziz R, Sluss PM, Raff H 2007 Declaração de Posição: utilidade, limitações e armadilhas na medição de testosterona:. uma declaração de posição Endocrine Society J Clin Endócrinas Metab 92 : 405 -413
  8. Bremner WJ, Vitiello MV, Prinz PN 1983 Perda da ritmicidade circadiana dos níveis de testosterona no sangue com o envelhecimento em homens normais. J Clin Endocrinol Metab 56 : 1278 -1281
  9. Morgentaler Um 2006 de câncer de testosterona e trostate: uma perspectiva histórica sobre um mito moderno. Eur Urol 50 : 935 -939
  10. Marcas LS, Mazer NA, Mostaghel E, Hess DL, Dorey FJ, Epstein JI, Veltri RW, Makarov DV, Partin AW, Bostwick DG, Macairan ML, Nelson PS 2006 Efeito da terapia de reposição de testosterona no tecido da próstata em homens com início tardio hipogonadismo:. um ensaio clínico randomizado JAMA 296 : 2351 -2361
  11. Morgentaler A, Rhoden EL 2006 Prevalência de câncer de próstata entre os homens com hipogonadismo com níveis de antígeno prostá







 Assista o vídeo com Dr. Ítalo Rachid abordando o tema Andropausa no programa  da Olga Bongiovani: