sexta-feira, junho 24, 2011

MENOPAUSA - PORQUÊ NÃO TRATAR?

MENOPAUSA

Há quatro décadas quando a expectativa de vida alcançava meros 60 anos, falar em menopausa era como anunciar o prenúncio da velhice e a proximidade ao término da existência.


Nos dias atuais, é IMPENSÁVEL  qualquer similaridade, sendo um dos maiores problemas de saúde pública .

Mulheres que cuidam da sua saúde se alimentando adequadamente, praticando atividades físicas, não fumando, controlando o stress e indo a médicos regularmente provavelmente viverão até no mínimo 90 anos, se não mais.

Assim, abdicar dos hormônios produzidos pelos ovários, por quase 40 anos é da mesma forma IMPENSÁVEL.





SIGNIFICADO  DA PALAVRA MENOPAUSA:

Palavra criada em 1816 para designar as interrupções das menstruações que ocorre em conseqüência da falência ovariana fisiológica. Pode ser determinada cronologicamente pela ausência de menstruação por pelo menos 1 ano.

Climatério (do grego Klimakter) = ponto CRÍTICO DA VIDA: é o período imediatamente antes da menopausa e os anos posteriores.

Realidade Brasileira:

·         Mais de 45 milhões de mulheres no climatério.
·         Mas de 22 milhões de mulheres na menopausa.
·         Menos de 10% fazes reposição hormonal.
·         80% abandonam o tratamento em 6 meses.


CONTRA INDICAÇÕES  NO TRATAMENTO : (1)

  • Cancer de mama  e endométrio ativo
  • Cancer de mama tratado a menos de 5 anos (pacientes curadas a mais de 5 anos e sem sinal de metástases podem ser tratadas)
  • Sangramento uterino de causa não dignosticada.
  • Doença hepática aguda e severa.
  • Doença tromboembólica aguda.
  • Cancer hormônio dependente em atividade.
  • Pacientes que tiveram cancer de endométrio estágio 1 e foram histerectomizadas ( retirado do útero) podem  ser tratadas.
  • História familiar de cancer de mama não contra indica tratamento.Em um estudo norte americano a taxa de mortalidade foi menor nas pacientes que tinham histórico familiar de cancer de mama  e fizeram  terapia de reposição hormonal.

 (1)  TEXTOS RETIRADO DOS LIVROS – ENDOCRINOLOGIA- GUIAS DE MEDICINA AMBULATORIAL  E HOSPITALAR DA UNIFESP – EPM – PRIMEIRA EDIÇÃO – 2009 , página  295; ENDOCRINOLOGIA CLÍNICA -LÚCIO VILAR - QUARTA EDIÇÃ- PÁGIBA 577

Uma brilhante conclusão: se 67 milhões de mulheres estão no climatério - menopausa e apenas 10 % está sob tratamento ,  quase 60 milhões estão sem tratamento, concordam?
Será que temos então, 60 milhões de mulheres com  as contra indicações citadas acima?
Tenho certeza que não.
Portanto, porquê não tratar???


Um pouco de fisiologia:

A partir da puberdade a orquestra ovariana feminina é regida por dois hormônios da hipófise, FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante). Ambos de maneira  coordenada vão até os ovários  estimulando – os a produzirem estrogênios e progesterona.

LEMBRETE: Estrogênio é uma classe de hormônio e não um hormônio.
Os estrogênios humanos são: estradiol, estriol e estrona.


Entenda o que ocorre no ciclo menstrual antes do climatério/menopausa:



Esses hormônios ditam inúmeras funções ao longo da vida:


  • Características femininas ao corpo como cintura menor que o quadril (corpo em violão), voz fina, seios e pele aveludada.
  • Desenvolvimento de órgãos sexuais internos e externos ex. útero, trompas e vagina.
  • Ciclos menstruais/ovulação, permitindo as mulheres essa dádiva da vida chamada gestação.
  • Formação de tecido ósseo.
  • Aumentam o metabolismo.
  • Aumentam o depósito de proteínas favorecendo o ganho de massa magra.
  • Depósito de gorduras em locais como glúteos, mamas e coxas o que muitas vezes caracteriza um corpo feminino.
  • Proteção cardiovascular.

Sistema reprodutor  feminino:






SINTOMAS DO CLIMATÉRIO:

  • Alterações no sono
  • Ondas de calor - FOGACHOS
  • Flacidez mamária
  • Cansaço
  • Dor durante o ato sexual - dispareunia
  • Alterações psíquicas como tristeza e ansiedade
  • Aumento de peso
  • Diminuição do desejo sexual
  • Diminuição da vaidade e da auto-estima
  • Queda importante na qualidade de vida



DOENÇAS DA MENOPAUSA

  • Osteoporose
  • Hipertensão arterial
  • Resistência a insulina - Diabetes Melitus
  • Obesidade
  • Cardiopatias
  • Alzheimer
  • Dislipidemia - aumento de colesterol ruim, LDL, e diminuição do bom colesterol, HDL.
  • Depressão e outros transtornos psíquicos
  • Tromboses
  • Câncer



Para médicos:

Mecanismo de proteção cardiovascular:

  • Aumenta o oxido nítrico
  • Aumenta PGI2
  • Reduz a endotelina
  • Reduz tromboxano A2
  • Reduz a atividade plaquetária
  • Reduz citocinas pró inflamatórias
  • Diminui a resistência a insulina
  • Pode exercer efeito hipotensor


Entenda porquê existe essa associação entre  terapia de reposição hormonal na  menopausa e cãncer de mama ,e tire suas próprias conclusões:

Em 1994, um estudo conduzido pelo National Institutes of Health chamado Women’s Health Initiative (WHI) teve inicio com o objetivo de demonstrar que Premarin (R) e Provera (R) poderiam além de melhorar os sintomas da menopausa, poderiam proteger as mulheres de problemas cardiovasculares, osteoporose e câncer.

Este estudo estigmatizou a terapia de reposição hormonal em mulheres, pois neste estudo as participantes tiveram:

  • Aumento de 26 % na incidência de câncer de mama.
  • Aumento de 41% de AVC.
  • Aumento de 22% de doenças coronarianas.

Apesar disto  o estudo teve alguns pontos positivos:

  • Diminuição de 37 % de câncer de colon.
  • Redução de 33% de fratura de quadril.
  • Redução de 24 % em incidência geral de fraturas.

Por ignorância ou por simplesmente desconhecer a fisiologia humana os idealizadores do citado estudo citado utilizaram hormônios retirados de urina de égua prenha (ainda utilizados nos dias de hoje) com o nome fantasia de:

PREMARIN(R) = PREgnant, MARe, uriNE, o qual é composto de 38 estrógenos conjugados dos quais só se conhece a ação de cinco:

  • Estrona (tem ação cancerígena)
  • Sulfato de equilina em sódica (inexiste em humanos)
  • 17 alfa dihidroequilina ( inexiste em humanos)
  • 17 alfa estradiol ( inexiste em humanos)
  • 17 beta dihidroequilina ( inexiste em humanos)

 Outro hormônio utilizado foi o progestogênio acetato de medroxiprogesterona (PROVERA(R)): é diferente de progesterona; tem ação anti progesterona

Entenda melhor:

Atualmente a distinção entre progesterona bioidêntica/natural e a forma sintética Progestogênio (acetato de medroxiprogesterona) ainda se mantém bastante polêmica e não compreendida. Progesterona é utilizada por especialistas em fertilização para proteger a gestação, enquanto medroxyprogesterone (Provera (R)) é utilizado em pílulas do dia seguinte e anticoncepcionais para IMPEDIR a gestação. PORTANTO, SUAS AÇÕES SÃO COMPLETAMENTE  DIFERENTES.



UM ADENDO  AO CONHECIMENTO - 1:

O acetato de medroxiprogesterona, progestágeno mais utilizado na THM (terapia de reposição hormonal) durante muitos anos, tem ação glicocorticóide, promovendo retenção hídrica e ganho de peso além ANTAGONIZAR os benefícios cardiovasculares dos estrogênios. Foi o progestágeno utilizado nos grandes estudos prospectivos sobre THM, que mostraram aumento na incidência de coronariopatia, de acidente vascular cerebral, de tromboembolismo venoso, e câncer de mama no grupo em uso de reposição hormonal
TEXTO RETIRADO DO LIVRO ENDOCRINOLOGIA CLÍNICO – QUARTA EDIÇÃO – LÚCIO VILAR página 575 –



VOLTANDO,

Além disso, o estudo foi feito com mulheres que já tinham anos de menopausa. Neste período tais mulheres ficam apenas sob ação da ESTRONA que é produzida na supra-renal e tem ação cancerígena.

Antes da menopausa o estradiol, o estriol e a progesterona produzidos pelos ovários protegem as mamas contra a ação de estrona

Não é para menos que tivemos um aumento de câncer de mama. Aliás, acho que ficaria surpreso se não acontecesse nada.



CONCLUSÕES  SOBRE OS  ERROS  METODOLÓGICOS QUE ESTIGMATIZARAM A TERAPIA DE REPOSIÇÀO HORMONAL EM MULHERES:

1. Estrógeno  errado
2. Progesterona errada
3. Via errada
4. Mulheres erradas

A terapia de reposição hormonal para tratar os sintomas e doenças da menopausa é uma questão bastante polêmica que pode, muitas vezes por falta de compreensão, impedir que pacientes recebam tratamentos seguros e eficazes.
Após o término do WHI, de um dia para outro os médicos tiraram essas medicações de milhões de mulheres.

Muitas começaram a se sentir muito mal com a retirada abrupta das medicações, porém os médicos foram taxativos e passaram a prescrever anticoncepcionais e antidepressivos.
Um ano após o ocorrido, o American College of Obstetrics and Gynecology criou guidelines orientando os médicos a prescreverem as mesmas drogas, porém em doses mais baixas e por períodos mais curtos. Porém, e essa é a grande questão, a segurança dessa “opção de baixa dose” NUNCA foi comprovada cientificamente.
.

Enquanto isso muitos médicos ignoraram os efeitos do  ESTRADIOL e da PROGESTERONA “bioidêntica”, que é formulada para ser idêntica a molécula produzida pelo corpo humano.

Há 25 anos se iniciaram as  pesquisas cientificas nos EUA e Europa que demonstram que hormônios bioidenticos, estradiol e progesterona micronizada, são iguais ou mais eficazes que os sintéticos e mais seguros. Porém a medicina tradicional “enfiou” a cabeça debaixo da terra e recusa reconhecer esses estudos seriamente.
Enquanto na Europa os hormônios bioidênticos são usados há muito tempo, nos Estados Unidos apenas em 1998 algumas empresas farmacêuticas receberam aprovação do FDA.

Infelizmente as empresas farmacêuticas controlam ainda o que é passado para os médicos que em sua maioria nunca aprenderam sobre hormônios bioidênticos.
.
A classe médica deve parar de atender os desejos da indústria farmacêutica e começar a atender com mais prioridade os interesses das suas pacientes, e isso envolve prescrever hormônios bioidênticos, pois isso irá levar a mulheres mais saudáveis, felizes e no longo prazo irá diminuir os custos com saúde.




UM ADENDO  AO CONHECIMENTO - 2:

 Tanto os estrogênios sintéticos como os naturais tem se mostrado eficazes nas preservação da massa óssea e na melhora da sintomatologia. Entretanto, na terapia de reposição hormonal do climatério e na menopausa os naturais são mais indicados ( Lindsay ET AL .,1997)”
TEXTO RETIRADO DO LIVRO – ENDOCRINOLOGIA- GUIAS DE MEDICINA AMBULATORIAL  E HOSPITALAR DA UNIFESP – EPM – PRIMEIRA EDIÇÃO – 2009


Modo de usar  os hormônios  bioidenticos ovarianos:

  • Creme ou gel de absorção transdérmica ( pele pele )  com biolipídeo de alta absorção contendo estradiol  e estriol  nas proporções adequadas.

  • Creme ou gel de absorção transdérmica ( pele pele )  com biolipídeo de alta absorção contendo pregesterona.



Por que preferimos a via transdérmica?

Hormônios ovarianos por via oral :

1- Aumentam a pressão arterial já que aumentam o angiotensinogenio.
2-   Aumentam os triglicérides pela passagem hepatica.
3-   Aumentam a estrona – hormônio cancerígeno.
4-   Reduzem os níveis de testosterona endógena.
5- Aumentam o risco de trombose pela primeira passagem hepática já que diminui antitrombina 3.
6-  Causam toxidade hepática.
7-  Tem pouca ou nenhuma similaridade fisiológica.
8-  Elevada flutuação sanguinea.
9- Reduz os níveis de serotonina e triptofano, substancias relacionadas ao prazer e bem estar.10- Aumenta o risco de cálculo ne vesícula



QUEM SÃO OS VERDADEIROS  VILÕES DO CANCER DE MAMA:

  • Xenoestrogênios: grupo  com mais de 50 substancias químicas , que imitam as ações de estrógenos com alto alto tempo de retenção no organismo. Se ligam de forma ávida aos receptores estrogênicos impedindo a ligação do hormonio endógeno. Estão presentes em plásticos, cosméticos de beleza, carnes, peixes, frangos e pesticidas
  • Obesidade
  • Álcool em excesso
  • Anticoncepcionais hormonais por longos períodos
  • Tabagismo
  • Estilo de vida
  • Predisposição genética
  • Menopausa


CONCLUINDO HORMÔNIO CERTO, NA DOSE CERTA, PELA VIA CERTA, NÃO CAUSA CANCER DE MAMA EM MULHERES , AO CONTRÁRIO, PREVINE.




Assista  a entrevista com Dr. Italo Rachid  no programa da Olga Bongiovani falando sobre menopausa:






Estudo mostra que biodênticos não aumentam a chance de cancer de mama

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